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Feminismo Na Literatura- As Mulheres de Sarah J Maas




Feminismo na literatura- Mulheres de Sarah J Maas


Não é novidade que Sarah J. Maas é uma das minhas escritoras favoritas. Apesar da polêmica negativa ao redor de seus livros, ela foi uma das primeiras autoras de fantasia feminina a me inspirar para o meu próprio livro. Suas protagonistas, em conjunto com seu universo, seus poderes e magia, traçaram o que seria o início da obsessão literária da pequena Ray. 


Então, vamos falar delas. 


Sua série de estreia, Trono de Vidro, conta com a protagonista Celaena Sardothien, uma assassina no reino de Adarlan conhecida pela sagacidade e inteligência. Após pagar 1 ano de serventia nas minas de sal de Endovier, ela é recrutada pelo rei para participar de uma grande competição, lutando para ser a única sobrevivente restante, pagando sua liberdade através do trabalho sujo de monarcas. Celaena é uma protagonista única, diferente do que estamos acostumadas de personagens femininas (escritas por homens, claro). Ela é dramática, comilona, meio porca e muito preguiçosa. Pode ser desastrada, muito autoconfiante, mas possui uma complexidade e profundidades lindamente desenvolvidas através da série. Celaena não é apenas uma assassina habilidosa- ela é sagaz, ágil, sensível e forte. Apesar de todos os obstáculos postos à sua frente e todas as perdas que sofrera ao decorrer da vida, ela nunca se contentou a ceder, ou hesitar. Sempre soube o que queria, o que precisava, e não pensava duas vezes antes de derramar sangue para proteger aqueles que ama- seja o seu, ou de seus inimigos. 


Nehemia Ytger é uma das personagens femininas apresentadas no segundo livro da série, Coroa da Meia-Noite, uma princesa de um reino escravizado, refém no castelo de um monarca corrupto na esperança de libertar seu povo preso nas minas de sal. Nehemia é uma política poderosa, além de uma ajuda aterradora para uma traumatizada Celaena. Ela sabe ler as entrelinhas dos jogos de poder dos homens em Adarlan, e sabe que não pode fazer muito a não ser que grandes mudanças sejam feitas. E ela deposita a esperança destas mudanças em Celaena, em sua melhor amiga, dando à ela a vontade e determinação necessárias para que ela faça o que seja preciso. Nehemia foi o estopim para que a série realmente se desenvolvesse além do primeiro livro- uma mulher ajudando à outra. 


Kaltain Rompier e Lysandra Ennar são duas personagens apresentadas como rivalidade feminina na história. Kaltain, uma duquesa ameaçando o lugar de favorita do príncipe Dorian Havilliard, mesquinha e mimada, esperneando até conseguir o que deseja. E Lysandra, uma cortesã conhecida do passado de Celaena, mais uma garota lutando pela atenção de um único rapaz. Apesar do passado de ambas como competições contra Celaena, o arco dessas personagens foi impecável. Ambas cresceram e ascenderam através de um passado de abuso, assédio e estupro para se tornarem mulheres com poderes raros e temidos- mais belas do que adagas, mais fatais do que a lâmina. 


Manon Blackbeak é uma de minhas favoritas. Vista como um demônio branco, criada para obedecer e matar além do questionamento, Manon é uma bruxa dente-de-ferro mortal por si só, massacrando homens e adversários em seu caminho em nome da honra de seu clã. Apesar de ter crescido com a ideia de apenas existir para servir e obedecer, Manon encontrou sua força e rebeldia quando suas amigas foram ameaçadas. Uma vez que seu pequeno círculo caiu sob o desgosto de sua Matriarca, Manon não hesitou em lutar de volta e se certificar de que protegesse quem amava, percebendo ao longo do caminho que o que sentia e o que queria eram validos apesar do que lhe disseram desde o nascimento. 


Elide Lochan e Nesryn Faliq são duas das personagens humanas (ou meio humanas) na série. Elide serve como empregada na mesma torre onde Manon agora serve, trabalhando sob o escrutínio de seu tio que também possui Kaltain em uma coleira. Apesar de humana, fraca e pequena, Elide possui uma inteligência mortal. Abrindo seu caminho até seu lugar de direito através de mentiras e trapaças, Elide não pestaneja antes de manipular o que for para chegar até onde precisa. Já Nesryn Faliq pode ser interpretada como uma imigrante numa terra que não lhe protege- já cansada do abuso de poder em Adarlan e de todo o sofrimento patrocinado pelos homens na tábula redonda, Nesryn decide fazer a própria justiça, dissecando as entradas e saídas de cada jogo para manipular o desfecho. Nesryn fora capaz de conquistar seu título como capitã da guarda e imperatriz apenas com sua grande determinação e uma força imensurável. 


Agora, para as já leitoras de Trono de Vidro, demos atenção para uma personagem verdadeiramente incrível. Aelin Ashryver Galathynius Whitethorn é uma das personagens mais inspiradoras e poderosas que eu já conheci. Ela possui mil faces- desde vingativa à protetora à rainha. Sua jornada é uma metáfora para todo tipo de lamento que uma mulher pode passar, abuso, assédio, luto, raiva, perdão, até finalmente a paz. Aelin apareceu para mim num momento de extrema necessidade, e serviu de inspiração para minhas melhores personagens, e aquelas ainda por vir. Sua história vai além de apenas conquistar de volta seu poder dos homens que lhe roubarão- também é uma história sobre ajudar a roubar o poder de outras mulheres de volta. O poder vai além de fogo, força, ou mesmo de uma inteligência fatal- é da pura resiliência. Este livro me inspirou para muito mais do que apenas meu livro, e espero que te inspire também. 


Ray Lima. 

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