top of page
  • blogdaisies

Arte & Teatro - Monólogo Tudo que eu Queria Te Dizer



Na última sexta-feira de março, o monólogo Tudo Que eu Queria Te Dizer baseado na obra de Martha Medeiros, dirigido por Vitor Garcia Peralta e apresentado por Ana Beatriz Nogueira foi apresentado na Plataforma Mais Você da Bradesco Seguros em homenagem ao Mês das Mulheres.

O livro e a peça mostram-nos uma série de cartas escritas por personagens diferentes em situações singulares.


Abaixo encontra-se uma carta aberta à atriz Ana Beatriz Nogueira, quem expos sua arte e todo o seu talento ao nos apresentar e presentear com esse espetáculo.




Boston, Abril de 2021


Cara Ana Beatriz Nogueira,


Escrevo-lhe essa carta para agradecer o momento proporcionado na plataforma Mais Você do Bradesco Seguros, em homenagem ao mês das mulheres.

Após mais de um ano de pandemia e sem poder ir ao teatro, encontrei-me mais uma vez com aquela alegria no peito em finalmente poder assistir a um espetáculo e assim percebi o quão saudosa é a vida normal.


Uma hora antes do monólogo começar, Tudo Que Eu Queria Te Dizer da genial Martha Medeiros, apaguei todas as luzes e deixei apenas um abajur aceso, afastado do sofá, remetendo à luz de emergência dos teatros.

Estava com fome na ocasião, faminta na verdade após um dia longo de trabalho, mas não me atrevi a comer, pois não seria educado em situações usuais. Desliguei o telefone imaginando os dois sinais antes da peça começar, implorando para que seus espectadores desligassem os aparelhos que tanto fazem parte de suas vidas.


Do fundo da minha mente, uma memória que nem sabia que lá permanecia, fez ecoar uma frase que tirou-me um sorriso bom: “não é permitido fotografar o espetáculo sem autorização prévia”. Acostumada desde os treze anos a cobrir peças para divulgar na minha coluna da Revista Glamour “Vá Ao Teatro”, um orgulho sempre me atingia ao pensar que dentre tantos, era sempre concebido a mim e minha equipe, a tão aclamada “autorização prévia”.



Respirei fundo ao começar a assistir a propaganda do Bradesco, sentindo o palpitar do coração acelerar em ansiedade. Longe de casa, longe do Brasil, atinei-me que os palcos brasileiros ainda mantinham meu coração para si.


Quando o monólogo começou, esse apresentou-me palavras já familiares, pois desde quando esse estreou, ansiava tanto por assistir que comprei o livro da Martha Medeiros e o devorei em horas.


Ao assisti-la com tanta confiança, vendo-a fitar a câmera, fitar seu telespectador, a emoção apenas fez-se ainda mais presente.

Tentei em meio à atuação espetacular, achar a pessoa que vira dando entrevistas, tentei resgatar de seus olhos a Emília/Alegra de Além do Tempo, a Eva de A Vida Da Gente, a Maria Aparecida de Saramandaia e até mesmo a Ondina de O Sétimo Guardião, mas nada... Não conseguira ver nenhuma delas, em nenhum caco ou mania, pois seu trabalho fora tão impecável que pela primeira vez, eu não enxergara a atriz.

Claramente assisti personagens, com características dissimilares, modos de se portar únicos, pessoas diferentes que exibiram com tanta nobreza e peculiaridade nossas imperfeições e a tenuidade da vida.


Sorri e emocionei-me como qualquer um que lhe contemplasse naquela ocasião e após ver que o espetáculo ainda permanecia no YouTube, mesmo após seu término, não hesitei ao compartilhá-lo com os amigos que não tiveram a mesma chance que eu.

Em tempos como esses, de tamanha imperfeição, a arte nos salva ainda mais e quis que a sua, iluminasse um pouco as vidas de quem tanto tenho apreço.

Obrigada por esse presente.


E isso, minha cara Ana Beatriz, era tudo o que eu querida te dizer.


Com carinho,

Ella Claire.

27 views0 comments

Recent Posts

See All
Post: Blog2_Post
bottom of page